Como seres humanos, todos nós somos propensos a cometer erros. Nesse sentido, o fator pessoal de insegurança são fatores que levam o trabalhador à prática do ato inseguro, independentemente da sua vontade.
Além disso, são fatores externos, próprios das características físicas e psicológicas de cada um, como tensão, estresse, insegurança, condições sociais, econômicas e financeiras.
As pessoas são o ativo mais importante em qualquer organização. A saúde e a segurança das pessoas não afetam apenas a qualidade de vida no trabalho, mas também a vida e o padrão de vida da família e da comunidade.
Existe, portanto, a necessidade de salvaguardar a saúde e a segurança do indivíduo no que diz respeito à possível exposição a quaisquer riscos ocupacionais.
O local de trabalho é palco de uma grande variedade de erros humanos, alguns dos quais podem ser relativamente inofensivos, enquanto outros podem ser muito prejudiciais.
O erro humano é responsável por até 90% dos acidentes no local de trabalho e pode custar dinheiro, criar perda de tempo e interromper a produtividade do local de trabalho.
Sendo assim, conhecer o que é o fator pessoal de insegurança pode ajudá-lo a aprender como prevenir os erros no local de trabalho.
O que é fator pessoal de insegurança?

Cada trabalhador traz consigo um conjunto de características positivas e negativas (qualidades e defeitos) que constituem a sua personalidade e são frutos de fatores diversos, tais como: a hereditariedade, o meio social e familiar de cada individuo, que chamaremos de fator pessoal inseguro
É a causa relativa ao comportamento humano, que leva a prática do ato inseguro, entre alguns exemplos estão:
- Confiança excessiva;
- Desconhecimento ou treinamento insuficiente;
- Fatores psicológicos;
- Má interpretação do perigo;
- Negligência, descuido e falta de atenção no cumprimento da tarefa ou obrigação;
- Más condições de saúde física e orgânica;
- Imperícia, inabilidade, incompetência, incapacidade.
Qual a diferença entre fator pessoal de insegurança e ato inseguro?
O fator pessoal de insegurança se caracteriza quando o empregado possui uma limitação que o impede de exercer as atividades que compõem as atribuições do seu cargo.
Em outras palavras, o fator pessoal de insegurança é a falha ligada diretamente ao trabalhador, ou seja, encontra-se inerente a ele, propiciando a ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho.
Atos inseguros são atitudes com as quais os trabalhadores se expõem aos riscos de acidentes de trabalho, de maneira ou não. Correspondem à violação de uma ordem ou procedimento.
Comportamentos provocados pelos funcionários, que podem ser responsáveis por causar acidentes ou trazer problemas de saúde para eles. Entre os principais se destacam, por exemplo:
- Brincadeiras irresponsáveis durante o desempenho da função;
- Manutenção negligente de máquinas, principalmente quando estiverem funcionando;
- Não uso dos EPIs, ou danificação dos equipamentos sem substituição prévia;
- Uso de ferramentas e máquinas de forma inadequada;
- Execução de serviços que vão além das capacidades do trabalhador.
Exemplos de fator pessoal de insegurança no trabalho

- O chefe manda um recém contratado realizar uma tarefa sem o mesmo ter participado do treinamento sobre o equipamento e procedimentos existentes;
- O uso de ferramentas inadequadas para o trabalho;
- Improvisar escadas e andaimes;
- Não utilizar os equipamentos de proteção individual;
- Não emitir ATR (Autorização para trabalho de risco),
- não seguir as normas de segurança do trabalho;
- Correr no ambiente de trabalho;
- Problemas de saúde não tratados;
- Conflitos familiares;
- Falta de interesse pela atividade que desempenha;
- Alcoolismo;
- Uso de substâncias tóxicas;
- Desajustamento físico, mental ou emocional;
- Não comunicar eventuais incidentes (quase acidentes);
- Improvisar instalações elétricas, entre outras.
Qual a importância de se conhecer o fator pessoal de insegurança?
Quando se fala dos vários fatores de falha humana se deve buscar a identificação dos riscos
ou não. Nisto é discutível a existência ou não de pessoas propensas a sofrer acidentes.
Entretanto se aceita a ideia que existem condições de saúde, estado de ânimo e temperamentos, que em determinadas circunstâncias podem proporcionar condições para a ocorrência do acidente.
Falando de comportamento pode-se entender que as pessoas agem de três formas diferentes frente ao risco:
- de forma consciente quando as pessoas sabem que estão se expondo ao risco;
- na forma inconsciente onde as pessoas desconhecem o perigo a que se expõem;
- e na forma circunstancial onde as pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva à prática do ato inseguro.
Quais são as principais questões que se caracterizam como fator pessoal de insegurança?

Fatores de aspecto mental
Tratar os trabalhadores simplesmente como máquinas produtivas pode não ser a melhor opção, são pessoas e possuem limitações, e seu desempenho e comportamento estão diretamente ligados à qualidade e produtividade.
A sobrecarga de trabalho aliados a metas exageradas podem resultar no desgaste físico e mental, aumentando a probabilidade de erros.
Diferente de máquinas, as pessoas podem ser instáveis, pois estão sujeitas a alterações emocionais e dificuldades externas à organização.
Os fatores psicossociais do trabalho englobam aspectos como:
- Sobrecarga (excesso de tarefas, pressão de tempo e repetitividade);
- subcarga (monotonia, baixa demanda, falta de criatividade);
- falta de controle sobre o trabalho (baixo poder de decisão sobre o que e como irá fazer);
- distanciamento entre grupos de mandos e de subordinados;
- isolamento social no ambiente de trabalho;
- conflitos de papéis,
- conflitos interpessoais e
- falta de apoio social.
Inobservância de normas de segurança
As NRs são medidas de Segurança do Trabalho determinadas pelo Ministério do Trabalho e Previdência que têm como objetivo zelar pela segurança e medicina do trabalho no ambiente laboral.
O papel delas é o de promover a conservação da saúde, segurança e integridade de cada funcionário na indústria.
Além disso, as NRs são responsáveis por incentivar a implantação de políticas e parâmetros de qualidade, que devem ser seguidos pelas indústrias.
Nesse sentido, os empregados têm que garantir a segurança no trabalho e a integridade física dele e de outros funcionários. Para isso, eles precisam seguir as orientações de segurança, usar os EPIs.
Entretanto, muitas vezes os empregados ignoram as orientações e descumprem as normas. Isso por sua vez, pode ocasionar sérios acidentes e problemas para o empregador.
Cansaço
Todo profissional precisa estar com a saúde em dia para render no trabalho. Porém, em um mercado cada vez mais competitivo, a cobrança constante por alta performance aumenta a carga de estresse e de cansaço nos colaboradores.
Outras possíveis causas que podem levar ao esgotamento incluem a carga de trabalho excessiva ou o excesso de horas extras.
Como resultado, quando um funcionário está muito cansado para completar com segurança suas funções essenciais, a chance de um acidente de trabalho aumenta.
Além disso, funcionários cansados costumam negligenciar os protocolos básicos de segurança, adormecer no trabalho e até operar máquinas pesadas enquanto estão sonolentas.
Imperícia no manuseio e operação de equipamentos
A imperícia é a inabilidade técnica, teórica e/ou prática de alguém para executar uma tarefa. A pessoa não tem os conhecimentos e capacitação necessários para realizar uma intervenção, mas decide fazê-la mesmo assim,
Em outras palavras, o funcionário imprudente é aquele que age sem cautela, sem se preocupar com as consequências de seu ato.
Nesse caso, o profissional tem total conhecimento sobre o risco de alguma atitude tomada, mas ignora a ciência médica e toma a decisão de agir mesmo assim. Por exemplo, o colaborador inicia o trabalho sem o capacete por achar que não precisa dele.
Sendo assim, o empregador deve se perguntar: os colaboradores estão aptos a operar os equipamentos? A experiência dos colaboradores está de acordo com o nível de dificuldade da operação? As pessoas são certificadas?
Falta de instrução quanto a normas e técnicas
O erro humano não é isolado apenas para os funcionários, e às vezes um empregador é o culpado por um acidente de trabalho.
Quando um gerente acelera o treinamento dos funcionários ou deixa de fora tópicos importantes durante o treinamento, os acidentes e lesões no local de trabalho podem ser praticamente inevitáveis.
Sendo assim, todo trabalhador deve ser conscientizado quanto aos principais comportamentos de risco, de atitudes que devem ser tomadas quando possíveis situações surgirem no dia a dia de trabalho, e quais consequências uma atitude de risco pode ter.
Este processo de conscientização requer tempo e continuidade nas ações para que seu resultado seja alcançado.
O que fazer para atenuar o fator pessoal de insegurança?

Embora nem todos os erros possam ser antecipados, as empresas têm o dever de prevenir ou controlar fatores que tornam mais prováveis os erros humanos por parte de seus trabalhadores.
É importante ressaltar que a proteção contra acidentes envolve não só a área de segurança, mas também recursos humanos, gestão e condições da infraestrutura.
Utilizar critérios técnicos e eficientes de seleção de pessoal
O recrutamento é o conjunto de informações, de procedimentos e de técnicas utilizados para atrair candidatos potencialmente qualificados para ocupar as vagas existentes em uma organização.
A finalidade do recrutamento é trazer o máximo de profissionais possíveis, dentro das especificações necessárias.
É preciso ter atenção a cada uma das etapas desse processo, pois elas estão inter-relacionadas. Quando uma delas não é bem executada, todo o processo fica comprometido. Outros desafios que você vai encarar nesta missão são:
- Dedicar o tempo necessário: em meio a todas as outras atividades de gestão de pessoas desempenhadas pelo RH, é comum que o recrutamento fique em segundo plano;
- Contar com pessoas especializadas: muitas equipes de RH não dispõem de um profissional especializado em recrutamento.
- Ter à disposição ferramentas adequadas: com a ajuda adicional dessas ferramentas, é possível automatizar alguns processos sem perder a qualidade dos resultados.
O primeiro passo para eliminar o fator de insegurança é garantir que as pessoas tenham as competências mínimas para executar as atividades do cargo no qual foram contratadas.
Nesse sentido, é preciso ter atenção no recrutamento do colaborador e na designação de suas funções. Ou seja, contratar e treinar os profissionais que estejam aptos a exercer aquela tarefa.
Realizar o treinamento e acompanhamento dos trabalhos da equipe
Para uma gestão de pessoal eficiente, é preciso levar em consideração uma série de fatores importantes, como as características comportamentais dos colaboradores, oportunidades de crescimento, entre outros aspectos
Sob o mesmo ponto de vista, é indispensável que a empresa crie campanhas de conscientização e realize treinamentos para os colaboradores sobre os procedimentos de segurança.
Esses treinamentos devem incluir informações sobre a utilização dos EPCs e EPIs, cuidados com a saúde e até mesmo a simulação de casos como incêndio ou outros acidentes.
Afinal, o socorro prestado de maneira indevida pode ser tão danoso quanto o acidente em si.

Estar sempre atento à saúde do trabalhador e ajudar a promovê-la
A principal finalidade da Segurança do Trabalho é promover a qualidade de vida no ambiente laboral e evitar acidentes de trabalho ou doenças que possam ocorrer pelo exercício diário da atividade na corporação.
Além de ser uma exigência legal, a Segurança do Trabalho traz segurança para a empresa, uma vez que trabalha para manter o ambiente de trabalho propício para a realização das atividades, zelando pela qualidade de vida do seu colaborador.
Hoje, sabe-se que a qualidade de vida no trabalho está diretamente ligada ao bem-estar físico, emocional, psicológico e financeiro da pessoa.
Dessa forma, as suas atitudes ou reações revelam quais têm sido as experiências negativas ou positivas do colaborador em relação ao trabalho.
Fornecer EPI’s adequados às atividades desempenhadas
O EPI é indispensável para proteger os trabalhadores em cada segmento da empresa, diminuindo qualquer espécie de ameaça ou risco de acidente de trabalho. A sua utilização é regulamentada pela NR6.
A normatização prevê que os equipamentos sejam fornecidos de forma gratuita para todos os funcionários que desempenhem suas atividades no local em que seu uso é obrigatório, conforme o ramo específico de atuação.
Os colaboradores também precisam ter as condições necessárias para exercerem as suas atividades em segurança no ambiente de trabalho. Para isso, é fundamental que a empresa forneça os equipamentos de proteção individual e coletiva.
Afinal, uma empresa que conhece seus riscos e conscientizar seus funcionários, ajuda a evitar muitos acidentes.
Por isso, mesmo que a empresa garanta a entrega dos EPIs necessários, ela deve realizar treinamentos e diálogos de segurança, adotar medidas de segurança em máquinas e equipamentos.
Além disso, é necessário que os equipamentos sejam mantidos em boas condições de uso, assim como devem ter uma certificação de aprovação do órgão responsável.
Dessa forma, empregados e empregadores precisam entender a importância do uso desses instrumentos de proteção e como são essenciais para a preservação da integridade física de todos os envolvidos.
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Conclusão

O grande desafio para as empresas é compreender que, o ambiente de trabalho, gera a pressão que ocasiona problemas de saúde, como: estresse, ansiedade, depressão, problemas psicológicos, doenças psicossomáticas, problemas de relacionamento, improdutividade, absenteísmo e falta de engajamento.
No caso de sua empresa, os acidentes podem gerar prejuízos graves, implicando em consequências jurídicas, financeiras e, até mesmo, causar a incapacidade ou o óbito de um colaborador.
Por isso é tão importante conhecer e eliminar os riscos de acidente causados por atitudes ou características do trabalhador, ou devido ao fator pessoal de insegurança.
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