Você sabe o que é o SPDA? Qual é a importância desse sistema?
Caso a sua resposta seja não, provavelmente, já deve ter escutado a palavra ‘para-raio’. Não é mesmo?
Neste artigo, vamos te explicar os principais pontos do assunto. Fique por dentro para entender melhor.
O que é o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA)?
O Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA) está presente em vários estabelecimentos tais como: empresas, fábricas, edifícios e até mesmo em residências e estabelecimentos agropecuários mais afastados dos grandes centros urbanos.
Ele serve como proteção de prédios, antenas, instalações industriais e para pessoas contra as descargas atmosféricas.
Compostos por dispositivos instalados nos pontos mais altos das instalações e das estruturas, o sistema pode proporcionar um caminho para terra oferecendo a menor resistência elétrica possível.
Sendo assim, é possível que a descarga atmosférica possa fluir em direção a terra, sem danificar equipamentos ou estruturas.
Também pode proteger contra descargas próximas às estruturas e proteção para serviços entrantes para o interior das estruturas tais como linhas de energia, de sinais, de telecomunicação, de Internet bem como tubulações metálicas diversas como hidráulicas e de fluídos em geral.
Por meio dos SPDA´s é possível minimizar os efeitos das descargas elétricas nas instalações, construções e proteger as pessoas que estão nesses locais.
Já dá para perceber que esse sistema é de extrema importância para a proteção de um estabelecimento.
O que é um para-raio?
Para-raios são hastes metálicas pontiagudas e/ou condutores feitos de cobre, alumínio ou aço. Eles são conectados à Terra por fios condutores, que oferecem um caminho de baixa resistência para as descargas elétricas atmosféricas, conhecidas como raios.
Há quem acredite que os para-raios atraem raios, o que é um equívoco. Eles têm a função de conduzir a energia do raio por um lugar seguro, para que o local não fique danificado e nem as pessoas fiquem machucadas. Ou seja, o objetivo é oferecer um caminho pelo qual o raio possa atravessar o local, com a menor quantidade de estrago.
Geralmente, eles ficam posicionados nos pontos mais relevantes e culminantes das edificações e estruturas, proporcionando um eficiente subsistema de captação com a menor impedância e resistência elétrica possível para proteção humana e patrimonial.
Qual a diferença entre para-raio e SPDA?
O termo “para-raio” é frequentemente usado como sinônimo de Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), mas, na verdade, eles se referem a componentes específicos dentro do sistema de proteção contra raios. A principal diferença é a seguinte:
Para-Raio:
- Um para-raio é um dispositivo condutor, geralmente em forma de haste ou haste pontiaguda, que é instalado no topo de uma estrutura, como um edifício ou torre.
- Sua principal função é atrair a descarga elétrica de um raio para a estrutura e, em seguida, conduzi-la com segurança para o solo.
- O para-raio é apenas uma parte do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) e desempenha um papel crucial na captura da descarga.
SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas):
- O SPDA é um sistema completo de proteção contra raios que inclui não apenas os para-raios (ou pontas de captura), mas também outros componentes essenciais, como descidas, aterramento, dispositivos de proteção e equipotencialização.
- Além disso, o SPDA envolve um projeto detalhado que leva em consideração as características da estrutura a ser protegida, a localização geográfica, a probabilidade de incidência de raios e outros fatores.
- O objetivo do SPDA é não apenas capturar a descarga elétrica, mas também conduzi-la de forma segura para o solo, evitar danos à estrutura e proteger os ocupantes.
Portanto, o para-raio é um componente fundamental do SPDA, mas o SPDA em si é um sistema completo e abrangente que incorpora vários elementos para proteger eficazmente uma estrutura contra os efeitos prejudiciais das descargas atmosféricas, incluindo incêndios, danos estruturais e riscos à vida. É importante entender que, ao falar sobre proteção contra raios, estamos geralmente nos referindo ao sistema completo (SPDA), não apenas ao para-raio isoladamente.
Para que serve o SPDA?
Talvez você não saiba, mas o Brasil está em primeiro lugar na lista de países com maior incidência de raios no mundo.
Ao todo, são 77,8 milhões de descargas no solo a cada ano. Um levantamento inédito feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, aponta que o país ocupa a sétima posição no ranking global de mortes provocadas pelo fenômeno.
Com os dados, podemos observar que o Brasil é um dos países que mais recebe descargas elétricas.
Por esse motivo, o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) é indispensável para a segurança das edificações e estruturas.
O SPDA serve, justamente, para proteger contra raios. Tem como objetivo encaminhar a energia do raio, desde o primeiro ponto que ele atinge a estrutura até o aterramento, o mais breve e seguro possível.
Qual a diferença entre o SPDA e o sistema de aterramento?
Os dois são sistemas diferentes, porém complementares e importantes para o funcionamento de cada um. O SPDA é composto por 3 subsistemas: o sistema de captação, o sistema de descidas e o sistema de aterramento.
Eles funcionam conectados para que os raios sejam captados e tenham sua alta corrente conduzida para o sistema de aterramento e escoadas para a terra.
No sistema de aterramento, a descarga elétrica é liberada no solo. Sendo assim, o imóvel e as pessoas próximas não sofram com descargas elétricas ou outros tipos de acidentes como explosões e incêndios.
Quais são os tipos de SPDA e suas características?
Abaixo listamos as principais características de SPDA. Confira abaixo cada uma delas!
SPDA Externo não isolado
Quando são instalados na própria estrutura, podendo ou não incorporar parte das estruturas a ser protegida. Tais como:
– Utilização dos elementos metálicos naturais de telhas, sustentação, vigamentos e pilares que a compõem.
– Utilização das ferragens estruturais que compõem os elementos de fundações como tubulões, estacas, vigas baldrames, blocos, cintas e pilares das edificações.
SPDA Externo isolado
Quando são instalados isolados da estrutura a ser protegida preservando a dos efeitos térmicos e de explosão do ponto de impacto, causando danos à estrutura.
Subsistema de captação
O correto posicionamento e escolha do subsistema de captação determina o volume de proteção e podem ser compostos por qualquer combinação dos seguintes elementos:
– Hastes: mini-captores pontiagudos, mastros e postes com captores Franklin.
– Condutores suspensos: fios captores aéreos.
– Condutores em malha: cabos e/ou barras de cobre, alumínio ou aço contínuos fixados de forma horizontal e vertical formando Gaiola de Faraday.
Posicionamento da Captação
Os métodos de estudo para determinação do subsistema de captação e o nível de proteção a ser adotado são geralmente conforme descrições abaixo, podendo ou não ser utilizados de forma combinada:
- a) Método do ângulo de proteção: utilizados para mastros e postes captores Franklin, indicados para edificações de formatos simples, porém limitados pela altura dos próprios captores.
- b) Método da esfera rolante: modelo eletrogeométrico que faz o rolamento da esfera rolante por todas as superfícies aparentes de qualquer edificação ou estrutura de diversos formatos. Essa esfera tem o raio geométrico definido pelo nível de proteção adotado.
- c) Método das malhas: modelo utilizado pelo princípio da Gaiola de Faraday. Esse método se aplica a todos os tipos e formatos de edificações e estruturas.
Quando o SPDA é necessário?
Já foi possível entender que o SPDA funciona conectado para que os raios sejam captados e tenham a alta corrente conduzida para o sistema de aterramento e escoadas para a terra, não é?
Nesse cenário, podemos observar a importância desse sistema em qualquer lugar, até mesmo dentro de casa, pois, o raio é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível e aleatório.
Isso, tanto em relação às suas características elétricas, na intensidade de corrente, tempo de duração, como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as edificações.
Podemos dizer que o SPDA funciona como um escudo no momento em que raios atingem um prédio. Assim, consegue anular ou minimizar o impacto provocado e conduz as correntes elétricas de um raio para a terra graças a condutores.
Eles visam a proteção da estrutura das edificações contra as descargas que a atinjam de forma direta às pessoas e os locais.
Como saber se a edificação precisa de SPDA?
Determinar se uma edificação precisa de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) envolve avaliar diversos fatores, incluindo as normas e regulamentos locais, as características da estrutura, a localização geográfica e a função da edificação.
Aqui estão algumas diretrizes gerais que podem ajudar a determinar se um SPDA é necessário:
- Lei e Regulamentos Locais: Verifique as leis e regulamentos locais ou nacionais relacionados à proteção contra raios. Muitos países têm normas específicas que estabelecem requisitos para a instalação de SPDA em edificações, especialmente aquelas com riscos elevados, como hospitais, indústrias químicas e estruturas muito altas.
- Tipo de Edificação: Considere o tipo de edificação. Algumas categorias de edificações, como hospitais, escolas, instalações industriais, centros de telecomunicações, edifícios históricos e torres de telecomunicações, frequentemente têm requisitos mais rígidos de proteção contra raios devido ao seu uso crítico ou riscos específicos.
- Altura da Edificação: A altura da estrutura é um fator importante. Geralmente, quanto mais alta a edificação, maior a probabilidade de ser atingida por um raio. Portanto, edifícios altos têm uma maior necessidade de SPDA.
- Localização Geográfica: Avalie a frequência de tempestades elétricas na região onde a edificação está localizada. Áreas com alta incidência de raios têm maior probabilidade de precisar de SPDA.
- Função e Conteúdo da Edificação: Considere a função da edificação e o que ela abriga. Se a estrutura contiver equipamentos sensíveis, substâncias inflamáveis ou pessoas, a necessidade de proteção contra raios pode ser maior.
- Requisitos de Seguro: Algumas companhias de seguro podem exigir a instalação de um SPDA como condição para fornecer cobertura contra danos causados por raios.
- Análise de Risco: Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma análise de risco específica para determinar a necessidade de um SPDA. Isso envolve avaliar os riscos associados à estrutura e às atividades que ocorrem nela.
É importante consultar um especialista em proteção contra raios, como um engenheiro especializado, para realizar uma avaliação detalhada da necessidade de um SPDA em uma edificação específica.
Um profissional qualificado poderá levar em consideração todos os fatores relevantes e determinar se a instalação de um SPDA é apropriada e, em caso afirmativo, projetá-lo de acordo com as normas e regulamentos aplicáveis.
Lembre-se de que a segurança das pessoas e a proteção da estrutura são prioridades quando se trata de raios, e a instalação adequada de um SPDA desempenha um papel fundamental nesse processo.
Quais são as normas que regulamentam o SPDA?
As normas que regulamentam o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) no Brasil incluem principalmente a NBR-5419 de 2015 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e a NR 10.
NBR-5419 de 2015 da ABNT
Esta norma é a principal referência para o projeto, instalação, manutenção e inspeção de SPDAs no país. A NBR-5419 estabelece diretrizes e critérios técnicos para garantir a eficácia e a segurança dos sistemas de proteção contra raios.
Além da NBR-5419, outras normas técnicas podem ser relevantes para o SPDA, dependendo do contexto e das características específicas da edificação ou da estrutura.
Por exemplo, a NBR-5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão) pode ser aplicada para aspectos relacionados à parte elétrica do SPDA. Portanto, é importante consultar todas as normas técnicas relevantes ao planejar, instalar e manter um SPDA.
O que diz a NR 10 sobre SPDA?
Em relação à Norma Regulamentadora NR 10 do Ministério do Trabalho, que trata da segurança em instalações e serviços em eletricidade, ela não estabelece requisitos específicos para o SPDA, mas pode abordar questões de segurança elétrica relacionadas à sua instalação e manutenção.
Portanto, quando um SPDA é instalado ou mantido, é importante que os princípios gerais de segurança elétrica da NR 10 sejam observados, especialmente no que diz respeito à qualificação e capacitação de trabalhadores que atuam com eletricidade.
No entanto, a NR 10 não substitui a NBR-5419 em relação aos critérios técnicos específicos para o SPDA. Portanto, para todas as questões relacionadas à instalação e ao funcionamento eficaz do SPDA, a NBR-5419 é a principal norma de referência no Brasil.
É recomendável que projetistas, instaladores e mantenedores de SPDA estejam familiarizados com as diretrizes da NBR-5419 e sigam suas recomendações para garantir a segurança e a eficácia dos sistemas de proteção contra raios.
O que é o Prontuário de Instalações Elétricas (PIE)?
O PIE é definido como um sistema organizado de informações pertinentes às instalações elétricas e aos trabalhadores que organizam os procedimentos, ações, documentações e programas que a empresa mantém ou planeja executar para proteger o trabalhador dos riscos elétricos.
O objetivo desse Prontuário é obter as melhores condições operacionais e de segurança para o sistema elétrico operacional. Ele deve ser organizado e mantido atualizado pelo empregador, para estar sempre à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.
Quais são os elementos que compõem o SPDA?
Os elementos que compõem o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) incluem três componentes principais: o subsistema de captação, as descidas e o sistema de aterramento. Cada um desempenha um papel fundamental na proteção contra os efeitos prejudiciais das descargas atmosféricas (raios).
Subsistema de captação
- O subsistema de captação, frequentemente chamado de para-raios, é responsável por capturar a energia elétrica de um raio e conduzi-la de forma segura para o solo.
- Os para-raios geralmente consistem em hastes ou pontas metálicas pontiagudas que são instaladas na parte mais alta da estrutura a ser protegida, como o telhado de um edifício.
- Sua forma e posicionamento facilitam a ionização do ar ao seu redor durante uma descarga elétrica, direcionando a corrente do raio para o subsistema de descida.
Descida
- As descidas são condutores metálicos que formam um caminho condutivo para a energia capturada pelos para-raios.
- Esses condutores são instalados ao longo da estrutura e conectados aos para-raios.
- Sua função é guiar a corrente elétrica de forma segura do topo da estrutura até o solo, evitando danos à edificação e aos ocupantes.
- É importante que as descidas sejam dimensionadas adequadamente para lidar com a carga elétrica das descargas atmosféricas.
Aterramento
- O sistema de aterramento é projetado para permitir a dissipação controlada da energia elétrica no solo.
- Isso é fundamental para evitar que a energia se acumule na estrutura ou cause danos.
- O sistema de aterramento inclui eletrodos de aterramento, que são dispositivos enterrados no solo e conectados às descidas.
- O objetivo é criar um caminho de baixa resistência elétrica para que a energia do raio seja dispersada com segurança na terra, minimizando os riscos.
Esses três elementos trabalham em conjunto para garantir que a energia de uma descarga atmosférica seja capturada e conduzida de forma segura para o solo, impedindo danos estruturais, incêndios e riscos à vida.
Além desses elementos principais, o SPDA pode incluir outros componentes, como dispositivos de proteção contra surtos (DPS) e malhas de aterramento adicionais, dependendo das necessidades específicas da instalação.
O dimensionamento, projeto e instalação adequados de um SPDA são fundamentais para garantir sua eficácia na proteção contra raios.
Passo a passo da elaboração de um projeto de SPDA
Já entendemos os principais processos de SPDA. Agora, chegou o momento de descobrir como elaborar um projeto.
Para a estruturação de um projeto de SPDA, é preciso fazer uma análise ampla e específica do local. Por isso, é imprescindível verificar a área que se pretende proteger e todas as condições que envolvem a estrutura. Por exemplo, saber a altura da edificação e os possíveis pontos de incidência de raios.
Precisamos entender que, ao projetar a captação, o primeiro passo consiste em distribuir condutores metálicos pela periferia da edificação, com fechamentos distribuindo as descidas. Deverá ser dada preferência para as quinas da edificação.
Outro ponto essencial para a construção desse projeto é pensar nos fatores de risco. E observar os quesitos de segurança que serão necessários. Assim, o projeto deve contemplar os seguintes elementos:
- Gerenciamento de riscos;
- Definição de recursos de proteção;
- Calcular as proteções de forma adequada;
- Determinação da quantidade e posição das descidas;
- Definir o eletrodo de aterramento;
- Indicação das equalizações de Potenciais;
- Estipular as MPS-Medidas de Proteção contra Surtos;
- Calcular as distâncias de segurança.
Mas não se esqueça. Para que o projeto e a instalação do SPDA saiam do papel, é preciso analisar se tudo foi idealizado dentro dos parâmetros exigidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Cuidados essenciais na instalação do SPDA
Listamos os principais cuidados na instalação de um SPDA. Veja a seguir:
- A apresentação dos laudos de qualificação e certificação dos fabricantes e fornecedores dos materiais e dos componentes que fazem parte do SPDA;
- A utilização de equipamentos que atendam às normas específicas de controle de interferência eletromagnética;
- A avaliação do ambiente eletromagnético antes da instalação dos equipamentos que compõem a estrutura do SPDA;
- O acompanhamento de profissional habilitado pelos Conselho Regional de Engenharia e Agronomia;
- A certificação que os trabalhadores estão devidamente treinados para a realizar a instalação;
- A disponibilização de equipamentos de proteção adequados para os trabalhadores;
- A análise de todas as possibilidades de riscos;
- Não fazer as medições e a instalação sob condições atmosféricas adversas, com a possibilidade de descarga atmosférica;
- Evitar que pessoas não habilitadas e animais se aproximem do local durante a instalação.
Com esses cuidados, com certeza, o projeto e a instalação serão realizados com sucesso.
Quem pode fazer um projeto de SPDA?
O projeto de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) deve ser elaborado por um profissional qualificado e habilitado, geralmente um engenheiro eletricista ou engenheiro eletricista com especialização em sistemas de proteção contra raios.
Esses profissionais têm o conhecimento técnico necessário para projetar um SPDA que atenda às normas técnicas e regulamentações aplicáveis.
Além disso, é importante que o profissional responsável pelo projeto esteja familiarizado com as características da estrutura a ser protegida, incluindo sua altura, uso, layout e potenciais riscos. Isso permite que o projeto seja adaptado às necessidades específicas da edificação ou instalação.
Em muitos países, como o Brasil, as normas técnicas, como a NBR-5419 da ABNT, estabelecem diretrizes detalhadas para o projeto de SPDAs. Portanto, o engenheiro responsável pelo projeto deve estar atualizado sobre as normas e regulamentações locais ou nacionais que regem a proteção contra raios.
Após a conclusão do projeto, o próximo passo é a instalação do SPDA, que também deve ser realizada por profissionais qualificados, como técnicos em eletricidade ou empresas especializadas em instalações elétricas. A instalação deve seguir rigorosamente o projeto elaborado pelo engenheiro.
A escolha de um profissional habilitado e experiente para realizar o projeto de SPDA é crucial para garantir que o sistema seja eficaz na proteção contra descargas atmosféricas e que esteja em conformidade com as normas de segurança elétrica. A segurança das pessoas e a integridade das estruturas dependem de um projeto bem elaborado e de uma instalação adequada do SPDA.
Questões de segurança relacionadas com o SPDA
A segurança é uma preocupação fundamental quando se trata de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), tanto durante a sua instalação quanto durante o seu uso e manutenção. Aqui estão algumas questões de segurança relacionadas ao SPDA:
- Riscos de Eletricidade: Durante a instalação e manutenção do SPDA, os trabalhadores estão expostos a riscos elétricos, especialmente ao lidar com condutores, aterramentos e componentes elétricos. É essencial que todos os envolvidos estejam devidamente treinados e equipados com equipamentos de proteção individual (EPI) adequados.
- Riscos de Altura: Muitos SPDA são instalados em estruturas elevadas, como telhados e torres. Isso aumenta os riscos de quedas de altura durante a instalação e manutenção. A utilização de equipamentos de proteção contra quedas, como cintos de segurança e dispositivos de ancoragem, é vital para mitigar esses riscos.
- Riscos de Incêndio: Em caso de uma descarga atmosférica significativa, o SPDA pode atrair uma grande quantidade de energia elétrica. Isso pode resultar em calor intenso e faíscas, representando riscos de incêndio. É importante que o SPDA seja instalado de acordo com as normas técnicas, incluindo a NBR-5419, que estabelece diretrizes para minimizar esses riscos.
- Manutenção Adequada: A manutenção regular do SPDA é fundamental para garantir seu funcionamento eficaz. Falhas ou danos nos componentes do SPDA podem comprometer a proteção contra raios. Manter um programa de inspeção e manutenção é crucial para a segurança.
- Riscos de Intoxicação e Explosão: Em algumas instalações industriais, a presença de substâncias inflamáveis ou tóxicas pode criar riscos adicionais. Um SPDA inadequadamente projetado ou mantido pode criar faíscas ou correntes elétricas que, em combinação com substâncias inflamáveis, podem causar incêndios ou explosões.
- Sinalização Adequada: As estruturas que possuem SPDA devem ser devidamente sinalizadas para alertar as pessoas sobre a presença do sistema e os riscos associados à sua operação. Isso inclui sinalização de segurança e identificação de áreas potencialmente perigosas.
- Treinamento e Qualificação: Todos os profissionais envolvidos na instalação, manutenção e inspeção de um SPDA devem receber treinamento adequado e possuir a qualificação necessária para realizar suas tarefas com segurança.
- Registro e Documentação: Manter registros detalhados de todas as inspeções, manutenções e intervenções no SPDA é fundamental para garantir que o sistema esteja funcionando corretamente e que as medidas de segurança sejam seguidas.
É essencial que todas essas questões de segurança sejam abordadas de forma rigorosa ao planejar, instalar e manter um SPDA. A segurança das pessoas, das estruturas e dos equipamentos depende do cumprimento das normas técnicas, da qualificação dos profissionais envolvidos e da conscientização sobre os riscos associados aos sistemas de proteção contra raios.
O que é o laudo de SPDA?
O laudo de SPDA, também conhecido como “Laudo Técnico de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas”, é um documento técnico emitido por um profissional habilitado, geralmente um engenheiro eletricista especializado em SPDA, que atesta o estado de funcionamento e a conformidade de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) com as normas técnicas e regulamentações aplicáveis.
O laudo de SPDA descreve detalhadamente a condição do sistema, sua eficácia na proteção contra raios e seu estado de manutenção. Alguns dos elementos incluídos em um laudo de SPDA podem ser:
- Identificação da Edificação: Informações sobre a estrutura, sua finalidade e localização.
- Descrição do SPDA: Detalhes sobre os componentes do sistema, incluindo para-raios, descidas, sistema de aterramento, dispositivos de proteção, entre outros.
- Verificação de Conformidade: Avaliação do sistema em relação às normas técnicas aplicáveis, como a NBR-5419 no Brasil. Isso envolve verificar se o sistema foi projetado e instalado de acordo com as diretrizes estabelecidas nas normas.
- Estado de Conservação: Avaliação do estado de manutenção do SPDA, incluindo inspeção visual e verificação de danos ou desgaste.
- Funcionamento Adequado: Verificação de que o sistema está operando corretamente e que todos os componentes estão funcionando conforme o esperado.
- Recomendações: Caso sejam identificados problemas, falhas ou não conformidades, o laudo pode incluir recomendações para correções ou melhorias no sistema.
- Assinatura do Responsável Técnico: O laudo é assinado pelo engenheiro ou técnico responsável pela inspeção e avaliação do SPDA.
O laudo de SPDA é um documento importante para a segurança das pessoas e das estruturas, pois ajuda a identificar e corrigir eventuais problemas no sistema de proteção contra raios.
Além disso, pode ser solicitado por autoridades, seguradoras ou órgãos reguladores para verificar a conformidade do SPDA com as normas técnicas.
A periodicidade da emissão do laudo de SPDA pode variar de acordo com as regulamentações locais e a natureza da estrutura protegida, mas é comum que ele seja atualizado a cada dois anos ou quando ocorrerem alterações significativas na edificação ou no sistema de proteção contra raios.
Como fazer um laudo de SPDA?
A elaboração de um laudo de Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) requer conhecimento técnico e deve ser realizada por um profissional qualificado, geralmente um engenheiro eletricista com especialização em SPDA.
Abaixo estão os passos gerais que um profissional pode seguir para criar um laudo de SPDA:
Passo 1: Coleta de Dados Preliminares:
- Reúna informações sobre a estrutura a ser avaliada, incluindo sua localização, tipo de construção, uso, altura, entre outros detalhes.
Passo 2: Inspeção Visual:
- Realize uma inspeção visual completa de todos os componentes do SPDA, incluindo para-raios, descidas, condutores, sistema de aterramento e dispositivos de proteção.
- Avalie a integridade, a corrosão, o desgaste e a conformidade dos componentes com as normas técnicas aplicáveis.
Passo 3: Verificação de Conformidade:
- Compare o sistema de proteção existente com as normas técnicas pertinentes (por exemplo, NBR-5419 no Brasil) para determinar se ele está em conformidade.
- Verifique se o projeto, a instalação e os componentes atendem aos critérios estabelecidos nas normas.
Passo 4: Medição de Resistência de Aterramento:
- Realize medições de resistência de aterramento para verificar se o sistema de aterramento está operando dentro dos limites aceitáveis.
- Registre os resultados dessas medições.
Passo 5: Avaliação do Funcionamento:
- Verifique o funcionamento adequado do sistema, incluindo a eficácia na condução de correntes de raios ao solo.
- Se possível, simule condições de teste para avaliar a operação dos dispositivos de proteção contra surtos (DPS).
Passo 6: Registro de Dados e Observações:
- Registre detalhadamente todas as informações coletadas durante a inspeção, incluindo quaisquer problemas identificados, não conformidades, danos ou recomendações.
Passo 7: Emissão do Laudo:
- Com base nas informações coletadas, prepare o laudo de SPDA, incluindo todos os dados de identificação da edificação, descrição do SPDA, verificação de conformidade, estado de conservação, funcionamento e recomendações, se aplicável.
- Assine e identifique-se como o responsável técnico pelo laudo.
Passo 8: Entrega e Arquivamento:
- Entregue uma cópia do laudo ao proprietário ou responsável pela edificação.
- Mantenha uma cópia do laudo arquivada para referência futura.
É importante lembrar que a elaboração de um laudo de SPDA deve seguir rigorosamente as normas técnicas e regulamentos locais.
Além disso, o profissional responsável pelo laudo deve estar atualizado sobre as melhores práticas e diretrizes de segurança relacionadas ao SPDA. A segurança das pessoas e das estruturas depende de um laudo preciso e bem elaborado.
Conceitos importantes para a compreensão do SPDA
Para que você compreenda melhor o SPDA, listamos abaixo alguns conceitos importantes que irão facilitar o entendimento.
Nível de Proteção (NP)
Esse termo demonstra a probabilidade com a qual um SPDA protege um volume contra os efeitos das descargas atmosféricas.
Para escolha do nível de proteção, a altura é em relação ao solo e, para verificação da área protegida, é em relação ao plano horizontal a ser protegido. Outro ponto é que o módulo da malha deverá constituir um anel fechado, com o comprimento não superior ao dobro da largura.
Importante ressaltar ainda que a distância média entre condutores de descida está relacionada com a distância de segurança.
Se os espaçamentos médios forem maiores que os especificados, as distâncias de segurança podem resultar consideravelmente aumentadas.
Ou seja, os condutores de descida devem ser, na medida do possível, espaçados regularmente em todo o perímetro, devendo ser instalado, sempre que possível, um condutor de descida em cada vértice da estrutura.
Já em estruturas cobrindo grandes áreas com larguras superiores a 40 m, são necessários condutores de descida no interior do volume a proteger, um requisito que será naturalmente atendido no caso de estruturas metálicas ou com armaduras de aço interligadas.
Para os demais tipos de estrutura, deve ser inicialmente determinado se um SPDA é, ou não, exigido. Em muitos casos, a necessidade de proteção é evidente, por exemplo, como:
- Locais de grande afluência de público;
- Locais que prestam serviços públicos essenciais;
- Áreas com alta densidade de descargas atmosféricas;
- Estruturas isoladas, ou com altura superior a 25 m;
- Estruturas de valor histórico ou cultural.
Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS):
Esses dispositivos foram desenvolvidos com o intuito de proteger o sistema elétrico e as aplicações contra sobretensões e impulsos de corrente, bem como contra as descargas atmosféricas e chaveamentos.
Os dispositivo de proteção contra surtos (DPS) para rede de energia elétrica devem ser instalados entre fases e terra e entre neutro e terra cuja classe sejam definidas pelo nível de proteção e Análise de Risco demandada pelas NBR 5419:2015 e NBR 5410:2004, garantindo desta forma limitar a diferença de potencial absorvendo a sobretensão residual num intervalo de tempo muito curto e capacidade energética adequada
É preciso ter cuidado ao utilizar estes parâmetros da proteção contra descargas atmosféricas.
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Já sabemos que a descarga elétrica atmosférica, o raio, é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível e aleatório, tanto em relação às suas características elétricas, com a intensidade de corrente, tempo de duração, como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as edificações.
E nada em termos práticos pode ser feito para se impedir a “queda” de uma descarga em determinada região. Pois, ainda não existe “atração” a longas distâncias, sendo os sistemas prioritariamente receptores.
Por isso, nós, da Engenharia Adequada, projetamos ideias, construímos soluções e garantimos o melhor resultado.
Podemos proteger você, sua empresa ou estabelecimento dos efeitos indesejados causados pelas descargas atmosféricas.
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Conclusão
O raio é um fenômeno da natureza que desde os primórdios vem intrigando o homem, tanto pelo medo provocado pelo barulho, quanto pelos danos causados.
Para algumas civilizações primitivas o raio era uma dádiva dos deuses, pois com ele quase sempre vêm as chuvas e a abundância na lavoura. Para outras civilizações era considerado como um castigo e a pessoa que morria num acidente de raio, provavelmente havia irritado os Deuses sendo o castigo merecido.
Havia também civilizações que glorificavam o defunto atingido por um raio, pois ele havia sido escolhido entre tantos seres humanos, com direito a funeral com honras especiais.
Porém, após tantas civilizações o homem acabou descobrindo que o raio é um fenômeno de natureza elétrica e, por isso, deve ser conduzido o mais rapidamente possível para o solo, para minimizar seus efeitos destrutivos.
Em 1752, Benjamin Franklin (1706-1790), um importante cientista e político norte-americano foi um dos precursores da experiência com para-raios e estudo das descargas atmosféricas.
Na ocasião, em um dia chuvoso Franklin empinou uma pipa com um fio metálico conectado e percebeu que as cargas elétricas das nuvens desciam pelo fio, comprovando que os raios eram correntes elétricas formadas na atmosfera.
Pouco tempo depois, Franklin mostrou que hastes metálicas ligadas à Terra poderiam ser usadas como condutoras de eletricidade e que, quando posicionadas acima ou ao lado de construções, poderiam protegê-las dos danos causados pelas descargas atmosféricas, criando, assim, os primeiros para-raios.
O Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas – SPDA – popularmente conhecidos como para-raios, atualmente é classificado em duas partes distintas: Sistema de proteção externa e sistema de proteção interna.
O SPDA segue diversas orientações de acordo com a NBR 5419:2015, estabelecendo requisitos para análise de risco com procedimentos para adoção de medidas de proteção adequadas reduzindo o risco abaixo do tolerável.
O SPDA projetado e implantado pelos preceitos da NBR 5419:2015 garante proteção humana e patrimonial no seu redor e interior da edificação complementados por Medidas de proteção contra Surtos (MPS) causados pelos impulsos eletromagnéticos das descargas atmosféricas (LEMP) para equipamentos eletroeletrônicos.
As orientações de projeto e implantação do SPDA levam em consideração diversas características intrínsecas de cada edificação ou estrutura. Dentre as quais, podemos destacar:
- Tipo de ocupação da estrutura: casas, indústrias, edifícios, escolas, hospitais;
- Tipo de construção da estrutura: estrutura em aço, madeira, alvenaria, aço e outras;
- Conteúdo da estrutura e efeitos indiretos das descargas atmosféricas: residências, subestações de energia, monumentos, escolas, hospitais;
- Localização da estrutura: estruturas próximas de árvores mais altas, estruturas isoladas e mais altas que as árvores ao redor;
- Topografia da região: planícies, colinas, montanhas.
Por fim, um projeto de SPDA bem dimensionado pode proteger empresas e edifícios de danos materiais, e também salvar vidas.
Ele é essencial para a segurança dos estabelecimentos, bem como isolar as partes condutoras expostas para reduzir a corrente elétrica que transita por meio dos seres vivos. E dispor de barreiras físicas e alertas para que não ocorra o toque em ambientes e objetos de tensão perigosa.
O SPDA é eficaz para proteger pessoas e a estrutura física de raios elétricos que podem causar choques e até a morte.
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