Provável que você já tenha ouvido falar em riscos físicos e seus principais fatores que prejudicam a integridade física dos colaboradores, certo?
Contudo, você sabia que há diferentes tipos de riscos físicos e também formas de preveni-los?
Vamos a uma breve explicação: o que ocorre é que há determinados riscos físicos que são considerados comuns no ambiente de trabalho, já outros são bem mais complicados de serem encontrados e podem ser separados por diferentes tipos.
De acordo com um levantamento realizado no Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho (SmartLab) dentro do período de 2015 a 2018 foram registrados em média 125.647 acidentes por ano diretamente ligados a agentes físicos, veículos de transporte e máquinas e equipamentos.
A pesquisa mostra ainda que entre os setores com maior frequência de acidentes de trabalho como agentes causadores de riscos físicos encontram-se a área hospitalar; o comércio varejista; transporte rodoviário de cargas; abates de suínos; construção cívil; administração pública; restaurantes; a fabricação de açúcar; comércio de ferragens e madeira; e a fabricação de móveis de madeira.
Segundo a pesquisa, estes setores representam cerca de 25% dos registros ou aberturas de CAT, no período.
Vale ressaltar que a Construção Civil é líder quando o assunto é acidentes de trabalho no Brasil. Isso porque, a maioria dos casos de riscos físicos ocorrem de forma comum, devido a situações em canteiro de obras, falta de treinamento e uso inadequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIS), por exemplo.
Neste sentido, mostra-se o quanto é necessário entender sobre este tema e abordá-lo frequentemente nas empresas como forma de garantir a produtividade dos colaboradores e a saúde deles.
Neste artigo traremos até você pontos importantes acerca dos riscos físicos, dentre eles: os tipos e fatores existentes; formas de se evitar; como é feita a avaliação destes riscos; exemplos práticos; etc.
Boa leitura!
O que são os riscos físicos?
Vamos iniciar esta conversa entendendo melhor do que se trata riscos físicos.
Na verdade, não é nada complicado de se entender, visto que quando falamos em riscos físicos estamos nos referindo a todos os riscos que necessitam de ar para se propagar (riscos biológicos e químicos) e riscos que necessitam de contato direto do colaborador.
Vale dizer ainda que os riscos físicos são, por si só, os agentes causadores de ruídos, temperatura, umidade, pressão, vibração, radiações, etc. Ao longo deste conteúdo veremos mais sobre isso.
Nesse cenário, achamos importante destacar também os riscos operacionais, ou seja, aqueles que afetam a segurança do trabalhador enquanto este executa sua atividade. Aqui são compreendidos desde acidentes letais a complicações ergonômicas, que muitas vezes passam despercebidos.
De acordo com consultoria MN&A Segurança do Trabalho e um levantamento feito pela InfoMoney, estão entre as 10 profissões mais perigosas ao trabalhador:
- Eletricitários;
- Trabalhadores da construção civil;
- Operadores de máquinas de metalurgicas;
- Profissionais que trabalham no esgoto;
- Motoboys;
- Mineradores;
- Profissionais que atuam em frigoríficos:
- Funcionários da indústria química;
- Frentistas;
- E profissionais da saúde.
Os funcionários atuantes nestas áreas se expõem a diversos riscos como citamos. Por esta razão, foi desenvolvida a Norma Regulamentadora 33 (NR-33), que define uma série de ações a serem tomadas, antes mesmo do trabalhador começar as suas atividades a fim de diminuir ao máximo os riscos ao qual este será exposto.
Exemplos de riscos físicos na engenharia
Como já adiantamos na introdução deste texto, a Construção Civil e Engenharia estão entre as áreas que mais geram riscos aos colaboradores, o que vem pressionando as empresas a tomarem cada vez mais iniciativas a fim de reduzir os altos números de acidentes.
Na realidade, este procedimento consiste na redução ou erradicação de situações perigosas, através do cumprimento de medidas estabelecidas nas Normas Regulamentadoras (NRs).
Para te ajudar na identificação dos riscos físicos na engenharia, fizemos uma lista. Confira!
- Quedas de nível;
- Choques elétricos;
- Uso de máquinas e ferramentas sem proteção adequada;
- Queda de materiais;
- Perda de audição
- Problemas respiratórios e/ou de pele como alergias e dermatoses;
- Contato ou exposição a corpos estranhos.
Além dos físicos, quais são os outros tipos de riscos?
Como já citado anteriormente, há diferentes tipos de riscos aos quais os colaboradores podem se expor e isso vai depender do tipo de atividade exercida, por exemplo. Veja abaixo os principais tipos de riscos e previna-se!
Riscos químicos
Consideramos como agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do colaborador por via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, etc, sendo assim, por natureza da atividade exercida. Ou ainda aqueles absorvidos pelo organismo por exposição através da ingestão ou da pele.
Riscos biológicos
São considerados como riscos biológicos agentes como bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros.
Riscos ergonômicos
Qualquer fator que interfira nas características psicofisiológicas do funcionário, afetando a sua saúde ou lhe causando algum desconforto. Como levantamento de peso, postura inadequada, ritmo excessivo de trabalho, repetitividade, etc.
Riscos acidentais
Qualquer risco que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade, seu bem estar físico e psíquico. Como manuseio de máquinas sem proteção, armazenamento inadequado, etc.
Quais são os principais fatores de riscos físicos para o trabalhador?
O trabalhador pode estar exposto aos mais diferentes fatores de riscos físicos, sem ao menos se dar conta disso.
No setor industrial, por exemplo, muitas atividades podem provocar acidentes de trabalho relacionados a temperaturas baixas demais ou muito elevadas, radiações, exposição aos ruídos, vibrações, pressão e umidade. Vamos saber mais sobre estes agentes causadores a seguir!
Temperatura
As altas e baixas temperaturas também causam danos aos funcionários. No calor é possível pegar uma insolação, por exemplo, ou ainda se expor ao perigo no fogão de cozinha, na mineração através de fornalhas e em siderúrgicas nos maçaricos.
Já o frio pode prejudicar a pele e a respiração dos colaboradores, sem contar na hipotermia. Para prevenir é ideal o uso de EPIs como luvas e toucas, monitorar a temperatura do ambiente de trabalho e fazer intervalos de descanso.
Umidade
A umidade no ambiente de trabalho pode causar quedas, deslizamentos, doenças no sistema respiratório e problemas na pele.
Não é um risco tão comum, mas se caracteriza pelo piso escorregadio, tornando locais alagados, frigoríficos e lava-rápidos locais suscetíveis ao risco. Por isso, usar ralos e barreiras para conter a água e ainda equipamentos de proteção são o ideal.
Vibrações
Vibrações podem ser por qualquer oscilação de um corpo, equipamento ou superfície sobre o corpo do trabalhador, causando problemas como formigamentos e dores musculares.
As fontes de vibrações se dividem entre as localizadas e de corpo inteiro – sendo exemplo de vibração localizada equipamentos como motosserras e de corpo inteiro veículos pesados como caminhões e tratores. As medidas preventivas incluem cuidados com postura, revezamento, adequação das máquinas e intervalos de descanso.
Radiações
A radiação também se divide em duas: a ionizante (provenientes de materiais radioativos) e a não ionizante (que são radiações simples como raios UV). Ou seja, podemos encontrar a radiação não ionizante na luz solar e em operações de solda, e o infravermelho presente em siderúrgicas.
E a ionizante em máquinas de Raio X, usinas nucleares e laboratórios. Ambas causam diversos prejuízos à saúde, devido a isso o colaborador deve se prevenir por meio de redução na exposição, armazenamento adequado, etc.
Ruídos
Ruídos são os riscos físicos considerados comuns, classificados por oscilações provenientes de vibrações que se dissipam no ar e dependendo da intensidade tendem a prejudicar a audição dos funcionários, podendo ser contínuos, intermitentes e variáveis.
Estão entre as principais fontes de ruídos os equipamentos e veículos mais barulhentos como serras, tratores e motores de máquinas. A prevenção inclui desde uso de EPIs a revezamento no ambiente de trabalho e isolamento acústico.
Pressão
A pressão também não é comum e podemos dividir em duas como temperatura hiperbárica (maior que a pressão atmosférica) ou hipobárica (menor que a pressão atmosférica), sendo os mergulhadores os mais expostos a este tipo de risco.
Ambas são perigosas e podem causar problemas respiratórios, sanguíneos, de audição e fraqueza. Para prevenir recomenda-se tomar muita água e usar bombas de oxigênio.
Como é feita a avaliação dos riscos físicos?
Já falamos por aqui da análise de risco, avaliação de risco e apreciação de risco, que são armas eficientes que os empregadores possuem contra os perigos que tais máquinas e equipamentos oferecem aos seus colaboradores.
Ajudando tanto a empresa a manter o seu quadro de funcionários seguros e produtivos, quanto os próprios empregados a terem a segurança devida durante a execução de suas atividades.
A avaliação de risco, por exemplo, ocorre após uma análise detalhada dos riscos aos quais os colaboradores estão expostos.
É a partir desta etapa que a avaliação é feita, pois ela serve para entender o tamanho dos riscos aos quais os colaboradores de uma empresa estão expostos, auxiliando na adoção de medidas de prevenção necessárias para evitá-los ou diminuí-los, priorizando aqueles considerados mais importantes no momento.
De acordo com a Norma Regulamentadora 9 (NR-9), as empresas são obrigadas a fazer esta avaliação de risco e ela deve ser inicial e também periódica para promover a segurança e saúde dos trabalhadores. São os profissionais de Segurança e Saúde do Trabalho os responsáveis por tal avaliação, como veremos a seguir.
Quem e como realiza a avaliação dos riscos físicos?
Geralmente fica responsável pela avaliação de risco são os profissionais de Segurança e Saúde do Trabalho, que precisam cumprir a meta de reduzir ao máximo a exposição dos colaboradores da empresa aos riscos – não importando se estes são físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou qualquer outro tipo.
Neste sentido, Precisa ser levado em consideração nesta avaliação:
- As atividades desenvolvidas pelos trabalhadores;
- As características dos colaboradores e trabalhadores que devem ocupar tais posições;
- As sensibilidades dos trabalhadores como deficiências, mulheres grávidas e/ou amamentando, pessoas com problemas de saúde ou com a saúde debilitada, etc;
- O número de pessoas envolvidas nas atividades de risco;
- Condições do ambiente de trabalho;
- Substâncias ou misturas químicas, etc.
A ideia é ajudar os empregadores a entenderem os riscos aos quais seus funcionários estão expostos durante o dia a dia de trabalho, fazendo com estes tomem medidas preventivas a fim de reduzir ao máximo tais riscos e garantir a segurança das pessoas.
Além disso, também os auxilia na fiscalização das ações, verificando se tais medidas adotadas estão dando resultados positivos ou não.
No Brasil, temos normas que ajudam nesta questão como a ISO 45001:2018, que é reconhecida como uma norma internacional proposta pelo Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) e que ajuda na redução de acidentes de trabalho, além do desenvolvimento e implementação de políticas de SSO que eliminam ou controlam as ações de prevenção de riscos operacionais.
O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) também gera expectativas para que as indústrias se acostumem a usá-lo e consigam reduzir o índice alto de acidentes de trabalho.
Como prevenir os riscos físicos?
Para o Center for Disease Control and Prevention (CDC) quando o assunto é a prevenção de riscos físicos, é importante estabelecer mecanismos que consigam controlar os níveis de exposição ocupacional, sendo o método mais eficaz na garantia e proteção da saúde dos colaboradores.
A própria CDC propõe definir uma hierarquia como meio para determinar e implantar ações ou medidas preventivas.
Contudo, além de ter a chance de fazer isso, o empregador disposto a evitar riscos físicos pode também adotar as seguintes medidas de proteção:
Utilização adequada de EPI’s
Através deste e de outros conteúdos postados no nosso blog, já sabemos o quanto o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) fazem a diferença no dia a dia do trabalho, podendo evitar o máximo de riscos ao qual ele está exposto.
Na Construção Civil por exemplo temos capacetes, luvas, máscaras, britadeiras, furadeiras, martelos etc. Contudo, não basta fornecer, é preciso estabelecer regras e procedimentos internos ao uso e cuidados dos EPIs, conforme a NR-6.
Treinamento da equipe
Obviamente que a empresa não pode só oferecer os EPIS, é muito importante que ela também dê aos seus funcionários treinamentos adequados para a utilização dos equipamentos da forma correta, bem como para trabalhar nestes ambientes. Lembre-se que nestes treinamentos o essencial é que sejam trazidas orientações com relação a situações de emergência, evitando que muitos acidentes ocorram por falta de orientação e minimizando os riscos.
Fiscalização eficiente no ambiente de trabalho
A fiscalização de risco nos ambientes é especificada nas NRs e é algo essencial para que a segurança no local de trabalho seja alcançada.
As fiscalizações ajudam a verificar se as normas/regras estabelecidas pela empresa com relação aos EPIs, por exemplo, estão surtindo efeito nos funcionários ou se estes não estão seguindo o acordo e se arriscando. Com isso, a empresa consegue controlar melhor as situações de riscos e entender como melhorar.
Manutenção das máquinas e equipamentos em dia
Como já falamos por aqui, a NR 12 é uma norma regulamentadora muito importante e que traz todo um ciclo sobre a vida de máquinas e equipamentos. Então, ela precisa ser levada a sério quando a questão é a manutenção de tais máquinas, visto que a falta dela pode gerar muitos perigos aos seus operadores.
Observância das Normas Regulamentadoras
As NRs apresentam os procedimentos que devem ser seguidos com o objetivo de evitar ou diminuir ao máximo os riscos citados. Para cada risco, geralmente, existe uma NR que propõe medidas que devem ser feitas pelas empresas, como treinamentos e uso de EPIs, entre outras.
Conheça os serviços e treinamentos da Engenharia Adequada
E se tratando de normas regulamentadoras, inclusive da NR-12, a Engenharia Adequada é expert e busca compartilhar seu conhecimento por meio de palestras para desmistificação e conscientização da adequação NR 12, além da importância da segurança em equipamentos e riscos de não implantação das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Previdência (MTE).
Na Engenharia Adequada você também pode contar com cursos de formação sobre as NR`s e suas aplicações, e treinamentos para operação segura de máquinas e equipamentos. Ou seja, com nossos cursos você saberá tudo que precisa sobre as normas técnicas e mais ainda sobre apreciação de risco.
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Conclusão
Ao longo deste conteúdo entendemos a importância de identificar e prevenir os riscos, não só os físicos, mas os químicos, biológicos, ergonômicos e acidentais. Vale dizer que o trabalhador pode estar exposto aos mais diferentes fatores de riscos físicos, sem ao menos se dar conta disso.
No setor industrial, por exemplo, muitas atividades podem provocar acidentes de trabalho relacionados a temperaturas baixas demais ou muito elevadas, radiações, exposição aos ruídos, vibrações, pressão e umidade.
Outro ponto que consideramos essencial é identificar e fiscalizar os riscos na Construção Civil, visto que este setor é um dos que mais deram riscos aos colaboradores.
Nota-se que aqui a prevenção é realmente o melhor remédio, então a atualização da lista de possíveis riscos é essencial, a fim de diminuir ou evitar possíveis riscos à saúde dos funcionários. É válido também a criação da cultura de segurança no ambiente de trabalho para o sucesso da empresa.
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