Mapa de risco: o que é e como deve ser elaborado pela empresa

Quando elaborar mapa de risco da sua empresa? Qual a sua importância?

Evitar acidentes ou doenças ocupacionais, garantindo a saúde e segurança de seus colaboradores é o desejo da maioria das companhias e obrigação delas atualmente. Porém, nem todas sabem por onde começar.

E é para estes casos que temos o chamado “Mapa de Risco”, um documento previsto na NR-5 muito importante para guiar funcionários e empregadores com relação aos riscos ocupacionais da empresa.

Por meio de um método de cores distintas e círculos de diferentes tamanhos, este mapa funciona exatamente desta forma para que as empresas entendam os riscos e possam elaborar junto aos funcionários, medidas de prevenção contra eles.

A seguir falaremos mais sobre este documento: quem é responsável por ele, como elaborá-lo, significado das cores, graus de riscos, Normas que o regem, etc.

Boa leitura!

O que é mapa de risco?

O Mapa de Riscos trata-se de um documento usado como uma forma de informar e guiar os colaboradores e empregadores sobre os riscos existentes naquele ambiente de trabalho. Usa-se, portanto, uma representação mais visual por meio de círculos de diferentes cores e tamanhos que representam distintos riscos.

Mas antes de elaborar este mapa, é preciso entender seu principal objetivo ao qual nos aprofundaremos mais adiante. No entanto, já é válido ressaltar que o Mapa de Risco tende a informar e lembrar os colaboradores, claramente, dos riscos aos quais eles podem estar expostos. 

Por este motivo, ele é um documento que precisa estar em local visível e de fácil acesso para todos.

Qual NR exige mapa de risco?

A Norma Regulamentadora 5 estabelece medidas referente a  Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) – esta composta por representantes da empresa e dos colaboradores.

Sua última atualização ocorreu em janeiro de 2022, após a NR-1 também passar por mudanças.

E, conforme aponta em seu texto no item 5.3, a responsabilidade pela elaboração do Mapa de Riscos é da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Veja os destaques:

1. a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;
2. b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da NR-1, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, onde houver;
3. c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

Podemos notar que apesar da não obrigatoriedade do Mapa de Risco, este é um dos documentos que mais atendem ao que a NR exige, tornando sua elaboração de grande importância.

Qual é o principal objetivo do mapa de risco?

Estão entre os principais objetivos do Mapa de Risco o de: unir as informações precisas para se fazer um diagnóstico do momento atual da empresa em relação a Saúde e Segurança no Trabalho, além de possibilitar em sua elaboração a troca e divulgação de informações entre os próprios funcionários, estipulando sua participação nas ações preventivas.

Qual é a importância do mapa de risco?

A importância do Mapa de Risco, como fica evidente, está muito relacionada à prevenção dos acidentes no ambiente de trabalho, além das doenças ocupacionais e/ou qualquer situação que apresente determinado risco a saúde e integridade física do colaborador em uma empresa.

O Mapa de Risco funciona exatamente como um mapa. Guiando os colaboradores no sentido de prevenir acidentes em cada setor, definindo medidas e metas para alcançá-las. Isso os ajudarão a estar mais preparados para situações de riscos do dia a dia.

Afinal, toda empresa apresenta riscos – uma mais que as outras – e é importante saber quais são e estar atento a eles. Abaixo saberemos mais sobre o grau de risco de cada companhia para exemplificar esta informação.

Quem é o responsável por elaborar o mapa de risco?

De acordo com a NR-5, o Mapa de Risco é feito pela CIPA, sob orientação da SESMT –  Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho.

No entanto, companhias que não possuem uma CIPA podem contratar uma empresa especializada em Saúde Ocupacional para elaborar o Mapa de Risco. Só não pode deixar de elaborá-lo, pois por mais que não seja obrigatório, multas podem ser aplicadas conforme a NR-1.

Qual o prazo de validade de um mapa de risco?

Não há validade para o mapa de risco, mas é fundamental que ele seja atualizado sempre que houver alteração no processo produtivo ou no ambiente de trabalho. Por exemplo, adoção de procedimentos, chegada de equipamentos, mudança na disposição das instalações, etc.

O mapa de risco deve ser feito anualmente, toda vez que se renova a CIPA. A exigência faz parte da NR-5. Por isso, certifique-se que seu posto já tenha a representação gráfica dos riscos de acidentes.

Quais são os tipos de riscos?

Existem diferentes tipos de riscos e nós devemos estar preparados para cada um deles, pois todos estarão presentes no Mapa de Risco – ou pelo menos deveriam. Considerando que omitir pode gerar menos percepção dos riscos existentes nas companhias e possíveis acidentes ou doenças por conta disso. Veja mais detalhes sobre tais riscos!

Riscos físicos

Os riscos físicos no ambiente de trabalho são as distintas energias presentes no local, das quais temos: ruído, vibração, calor, frio, pressão, umidade, radiações, entre outros

Riscos químicos

Os riscos químicos são caracterizados pelo contato com substâncias, produtos tóxicos ou compostos químicos que tendem a entrar no organismo do indivíduo por vias respiratórias ou ainda pela ingestão ou contato direto com a pele, causando graves danos à saúde. Mais exemplos: poeiras, fumos, névoas, vapores, gases, etc.

Riscos biológicos

Os riscos biológicos surgem através dos microrganismos, tais como os vírus, fungos, bactérias e parasitas.

Riscos ergonômicos

Já os riscos ergonômicos afetam tanto a saúde mental quanto a física do colaborador, gerando doenças ou algum desconforto. Como exemplos temos: postura inadequada, esforço físico exagerado, monotonia no local de trabalho, entre outros..Sendo frequente em pessoas que atuam em escritórios.

Riscos acidentais

Os riscos mecânicos ou acidentais, como também são conhecidos, são aqueles riscos que geram perigo iminente ao colaborador após contato físico direto com agentes. Por exemplo, objetos, arranjos físicos, ferramentas, equipamentos, etc.

O que as cores representam em um mapa de risco?

O Mapa de Risco utiliza o método de classificação por cores para representar cada risco em um círculo. Cada cor é representada da seguinte maneira:

Verde

Representa o Grupo 1 dos Riscos Físicos: ruído, vibração, calor, frio, pressão, umidade, radiações, entre outros.

Vermelho

A cor vermelha é destinada ao Grupo 2 dos Riscos Químicos: substâncias, compostos ou produtos químicos ingeridos, inalados ou em contato com a pele, além de poeira, gases, vapores, fumos, névoas, neblinas, etc.

Marrom

O Marrom é para o Grupo 3 de Riscos Biológicos: vírus, fungos, bactérias, parasitas, protozoários, bacilos, entre outros.

Amarelo

A cor amarela se destina ao Grupo 4 de  Riscos Ergonômicos, tais como os esforços físicos intensos, postura inadequada, monotonia no local de trabalho, altas jornadas de trabalho, alta exigência de produtividade, entre outras situações.

Azul

O Azul é para o Grupo 5 de Riscos de Acidentes: máquinas e equipamentos sem proteção, arranjo físico, ferramentas, iluminação, eletricidade, armazenamento inadequado, etc.

O que é grau de risco de uma empresa?

A NR-4 é a responsável pelos quatro graus de risco, utilizando-se dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) – utilizada para determinar quais atividades são exercidas por uma empresa. Sendo obrigatória a todas as pessoas jurídicas, inclusive autônomos e organizações sem fins lucrativos.

Representada em uma escala de 1 a 4, a CNAE simboliza desde o risco mínimo até o risco máximo. Tais riscos têm como objetivo o de dimensionar a equipe da SESMT no ato de mitigação dos riscos ocupacionais e nas medidas preventivas.

A seguir, saberemos mais sobre como funciona esta escala e para quais empresas cada nível se associa. Confira!

Grau de risco 1 (GR1)

As companhias com Grau de Risco 1 são aquelas que apresentam risco muito baixo em seu ramo de atuação, ou seja, as que expõem os seus funcionários a riscos improváveis – tendo assim, menos obrigações legais com relação à saúde deles.

Grau de risco 2 (GR2)

Empresas no GR2 também estão classificadas como a de risco baixo em suas atividades, mas com pouco mais de obrigações legais visto que têm mais riscos que as do grupo anterior.

Grau de risco 3 (GR3)

As empresas do Grau de Risco 3 apresentam riscos considerados médios e precisam cumprir regras com relação à saúde e segurança de seus colaboradores.

Grau de risco 4 (GR4)

Por fim,  temos as empresas de Grau de Risco 4. Estas já possuem um altos riscos em suas atividades, tendo que cumprir com o máximo exigido pela saúde de seus funcionários, dada a exposição maior.

Como saber o grau de risco da empresa?

É preciso saber qual é o Grau de Risco da companhia, visto que ele será o guia para a organização da CIPA e dos horários de seus treinamentos, por exemplo. Para saber o grau de risco da sua empresa é simples.

Veja o passo a passo!

1º Acesse  o site da Receita Federal e digite o CNPJ da empresa para consultar o CNAE, clique aqui!

2º Para identificar o CNAE da empresa, verifique o Quadro 1 da NR-4, assim saberá o grau de risco correspondente. Veja aqui! 

Como elaborar um mapa de risco?

Quem elabora o Mapa de Risco é a CIPA em conjunto com o SESMT, como mencionamos. Ambos fazem a análise do ambiente de trabalho, conhecem ocorrências anteriores e estatísticas que os ajudam a definir as prioridades.

Para a efetivação do mapa, profissionais especializados em Medicina do Trabalho podem ajudar. Os funcionários também são uma ótima alternativa, pois conhecem o dia a dia. Saiba mais detalhes da elaboração deste documento a seguir!

Representação gráfica dos níveis de risco

Os gráficos com níveis dos riscos precisam ser claros e de fácil compreensão, trazendo em cada círculo distintas formas de representação dos riscos existentes: diferentes cores,  tamanhos e uma boa legenda.

Identificação do tipo de risco e respectiva cor representativa

É preciso saber de cada risco e a cor correta que o representa (falamos das cores acima!). Isso porque, conhecimento é fundamental para um bom Mapa de Risco, visto que se feito de forma incorreta, não será possível a elaboração de medidas preventivas.

Elaboração do mapa do ambiente de trabalho

Para elaborar o Mapa de Risco, uma planta do ambiente de trabalho deve estar em mãos. Caso não tenha um projeto arquitetônico, pode-se fazer um croqui do local. Isso ajudará a entender cada setor e suas necessidades.

Determinação de medidas preventivas quanto aos riscos

Ao saber dos riscos existentes por meio do mapa do ambiente de trabalho, é preciso definir as medidas de prevenção para evitá-los. Entre medidas que podem ser adotadas temos: organização do trabalho, uso de proteção coletiva e individual, higienização e limpeza, etc.

Aprovação do mapa de risco pela CIPA

Por fim, mas não menos importante, temos os responsáveis pela aprovação do Mapa de Risco, que neste caso é a CIPA. Toda a equipe da CIPA deve assinar o documento para que este seja válido. Também precisa apresentar a ferramenta aos gestores de cada setor para que verifiquem se estão ou não de acordo.

Disponibilização do mapa em local visível na empresa

Agora que o mapa já foi aprovado por todos, chegamos à fase de disponibilização dele para todos da empresa. Por isso, ele precisa estar em local de fácil acesso e visível ao público. Como dissemos, sua compreensão é essencial e todos devem saber interpretá-lo sem tanto esforço.

Sabendo dos riscos existentes em cada setor e/ou ambiente da empresa, ajuda os colaboradores a se prevenir dos riscos apresentados através do uso de equipamentos de proteção individual ou coletivos, por exemplo.

Qual a penalidade pela não elaboração e disponibilização do mapa de risco?

De acordo com a NR-5, não é mais obrigatório elaborar o mapa de risco. Com exceção de companhias que escolhem usar esta ferramenta para percepções de risco.

De qualquer forma, é importante cumprir as regras estabelecidas pelas Normas Regulamentadoras e ainda garantir a segurança e saúde de seus colaboradores. Visto que o descumprimento de determinações podem acarretar em multas ou demais problemas à empresa.

Isso porque, a NR-1 prevê multa para empresas que descumprirem qualquer Norma Regulamentadora, incluindo a NR-5, que fala sobre o mapa de risco.

Consultoria de segurança do trabalho e NR12 com a Engenharia Adequada

A maneira mais simples de se adequar à NR12 é continuar seguindo os padrões de segurança mais elevados para todas as máquinas e equipamentos que usa. Assim, a organização entende detalhes sobre a norma e consegue aplicá-la diariamente de forma efetiva.

A Engenharia Adequada é especialista em desenvolver trabalhos de alta qualidade e que estejam em conformidade com a NR-12. Afinal, esta é a norma a qual possuímos maior aprofundamento e que até mesmo oferecemos cursos a respeito.

E falando em nossos cursos, temos  diversos cursos e treinamentos para Norma Regulamentadora 12. Aqui na Engenharia Adequada, por exemplo, oferecemos cursos de formação sobre as NR`s e suas aplicações, e treinamentos para operação segura de máquinas e equipamentos.

Além disso, fazemos a promoção de palestras para desmistificação e conscientização da adequação da NR 12, importância da segurança em equipamentos e máquinas, fora os riscos de não implantação das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Previdência. 

Conclusão

Muitas companhias atualmente estão preocupadas com a saúde e segurança de seus colaboradores, e não é para menos. Afinal, vivemos numa fase de altas em acidentes e doenças ocupacionais e isso afeta a todos, de uma maneira ou de outra.

A questão é que nem sempre as empresas e/ou os colaboradores têm noção do risco ou do grau de risco ao qual estão expostos no ambiente de trabalho e é aí que vemos a notável atuação do Mapa de Risco.

Trata-se de um documento usado como uma forma de informar e guiar os colaboradores e empregadores sobre os riscos existentes naquele ambiente de trabalho. Usa-se, portanto, uma representação mais visual por meio de círculos de diferentes cores e tamanhos que representam distintos riscos.

Vimos no decorrer deste artigo que são muitos os riscos aos quais possamos estar expostos tais como os físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e os acidentais. E há ainda 4 distintos graus de risco, aos quais as empresas precisam estar cientes.

Ter uma CIPA dentro da companhia é fundamental, pois é ela a responsável pela elaboração do Mapa de Risco, além de outras medidas preventivas com relação à saúde dos colaboradores.

Também é preciso estar por dentro do que diz todas as normas regulamentadoras, pois como vimos, uma pode complementar a outra. No caso do Mapa de Risco tivemos a citação de três normas (NR-1, NR-4 e NR-5), por exemplo.

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